segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

PARÁBOLA DOS TRABALHADORES DA VINHA

"Porque o Reino dos Céus é semelhante a uma proprietário, que saiu de madrugada a assalariar trabalhadores para a sua vinha. E feito com os trabalhadores o ajuste de um denário por dia, mandou-os para a sua vinha. Tendo saído cerca da hora terceira, viu estarem outros na praça desocupados, e disse-lhes: Ide também vós, para a minha vinha, e vos darei o que for justo. E eles foram. Saiu outra vez cerca da hora sexta, e da nona, e fez o mesmo. E cerca da undécima, saiu a achou outros que lá estavam e perguntou-lhes: Por que estais aqui todo o dia desocupado? Responderam-lhe: Porque ninguém nos assalariou. Disse -lhes: Ide também para a minha vinha. À tarde, disse o dono da vinha ao seu administrador. Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, começando pelos últimos e acabando pelos primeiros. Tendo chegado os que tinham sido assalariados cerca da undécima hora, receberam um denário cada um. E vindo os primeiros, pensavam que haviam de receber mais; porém, receberam igualmente um denário cada um. Ao receberem-no, murmuravam contra o proprietário, alegando: Estes últimos trabalharam somente uma hora, e os igualaste a nós, que suportamos o peso do dia e o calor extremo! Mas o proprietário disse a um  dele: Meu amigo, não te faço injustiça; não ajustaste comigo por um denário? Toma o que é teu e vai-te embora, pois quero dar a este último tanto como a ti. Não me é lícito fazer o que me apraz do que é meu? Acaso o teu olho é mau, porque eu sou bom? Assim os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos". (Mt XX, 1-16.)

O sentido da parábola é este:
As condições essenciais para os trabalhadores são: a constância, o desinteresse, a boa vontade e o esforço que fazem no trabalho que assumiram. Os bons trabalhadores se distinguem por estes característicos.

O mercenário trabalha pelo dinheiro; seu único fito, sua única aspiração é receber o salário. O verdadeiro operário, o artista, trabalha por amor à Arte. Assim é em todas as ramificações dos conhecimentos humanos: há os escravos do dinheiro e há o operário do progresso. Na lavoura, na indústria, com nas Artes e Ciências, destacam-se sempre o operário e o mercenário.

O materialismo, a materialista, a ganância do ouro arranjaram, na época em que nos achamos, mais escravos do que a vinha arranjou mais obreiros. Por isso, grande é a seara e poucos são os trabalhadores!

Na parábola, pelo que se depreende, não se faz questão da quantidade do trabalho, mas sim da qualidade, e ainda mais, da permanência do obreiro até o fim. Os que trabalharam na vinha, desde a manhã até à noite, não merecem maior salário que os que trabalharam uma única hora, dada a qualidade do trabalho.

Os que chegaram por último, se tivessem sido chamados à hora terceira, teriam feito, sem dúvida, o quádruplo do que fizeram aqueles que a essa hora foram para o serviço. Daí a lembrança do proprietário da vinha de pagar primeiramente os que fizeram aparecer melhor o serviço e mais desinteressadamente se prestaram ao trabalho para o qual foram chamados.

Esta parábola, em parte, dirige-se muito bem aos espíritas. Quantos deles por aí andam, sem estudo, sem prática, sem orientação, fazendo obra contraproducente e ao mesmo tempo abandonando seus interesses pessoais, seus deveres de família, seus deveres de sociedade!

Na seara chega-se a encontrar até os vendilhões que apregoam sua mercadoria pelos jornais como o mercado na praça pública, sempre visando bastardos interesses. Ora são médiuns mistificadores que exploram a saúde pública; ora são "gênios"capazes de abalar os céus para satisfazerem a curiosidade dos ignorantes. Enfim, são muitos os que trabalham, mas poucos os que ajuntam, edificam, tratam como devem a vinha que foi confiada à sua ação.

Há uma outra ordem de espíritas que nenhum proveito tem dado ao Espiritismo. Encerram-se entre quatro paredes, não estudam, não lêem, e passam a vida a doutrinar espíritos.

Não há dúvida de que trabalham estes obreiros, mas, pode-se comparar a sua obra com a dos que se expõem ao ridículo, ao ódio, à injúria, à calúnia, no largo campo da propaganda?

Podem-se comparar os enclausurados numa sala, fazendo trabalhos secretos e às mais das vezes improfícuos, com os que sustentam, aqui fora, renhida luta e se batem, a peito descoberto, pelo triunfo da causa que desposaram?

Finalmente, a parábola conclui com a lição sobre os olhos maus; os invejosos que cuidam mais de si próprios que da coletividade; os personalistas, os egoístas que vêem sempre mal as graças de Deus em seus semelhantes, e a querem todas para si.

Na Historia do Cristianismo realça a Parábola da Vinha com os caracteríticos dos seus obreiros. "O que era é o que é", diz o Eclesiastes; e o que se passou é o que se está passando agora com a revelação complementar do Cristo. Há os chamados pela madrugada, há os que chegaram à hora terceira, à hora sexta, à nona e à undécima. Na verdade, estamos na hora undécima e os que ouvirem o apelo e souberem trabalhar como os da hora undécima de outrora, serão os primeiros a receber o salário, porque agora como então, o pagamento começará pelos últimos.

Ai dos que clamarem contra a vontade do Senhor da vinha! Ai dos malandros, dos mercenários, dos inscientes!

Extraído do livro Parábolas e Ensinos de Jesus - Caibar Schutel

São os espíritas os denominados trabalhadores de última hora?

A parábola

Os mais dedicados exegetas (estudiosos dos textos bíblicos) consideram que há algumas parábolas de Jesus de difícil – ou pelo menos controvertido – entendimento; e a parábola da vinha, chamada também dos trabalhadores de última hora, é uma delas. 
Para que possamos elaborar a nossa resposta à pergunta título deste artigo, vamos  descrever abaixo a parábola, que encontramos em Mateus, cap. XX, versículos 1-16:
 
O Reino dos Céus é semelhante a um homem pai de família que ao romper da manhã saiu a assalariar trabalhadores para a sua vinha. E feito com os trabalhadores o ajuste de um dinheiro por dia, mandou-os para a sua vinha. E tendo saído junto da terceira hora, viu estarem outros na praça, ociosos. E disse-lhes: Ide vós também para a minha vinha, e dar-vos-ei o que for justo. E eles foram. Saiu, porém, outra vez, junto da hora sexta, e junto da hora nona, e fez o mesmo. E junto da undécima hora tornando a sair, achou outros que lá estavam, e disse: Por que estais vós aqui todo dia, ociosos? Responderam-lhes eles: Porque ninguém nos assalariou. Ele lhes disse: Ide vós também para a minha vinha. Porém, lá no fim da tarde, disse o senhor da vinha ao seu mordomo: Chama os trabalhadores e paga-lhes o jornal, começando pelos últimos e acabando nos primeiros. Tendo chegado, pois, os que foram junto da hora undécima, recebeu cada um seu dinheiro. E chegando também os que tinham ido primeiro, julgaram que haviam de receber mais; porém, também estes não receberam mais do que um dinheiro cada um. E ao recebê-lo, murmuravam contra o pai de família, dizendo: Estes que vieram por último não trabalharam senão uma hora, e tu os igualaste conosco, que aturamos o peso do dia e da calma. Porém ele, respondendo a um deles, lhe disse: Amigo, eu não te faço agravo; não convieste tu comigo num dinheiro? Toma o que te pertence, e vai-te, que eu de mim quero dar, também a este último, tanto quanto a ti. Visto isso, não me é lícito fazer o que quero? Acaso o teu olho é mau, porque eu sou bom? Assim, serão últimos os primeiros, e primeiros os últimos, porque são muitos os chamados e poucos os escolhidos.
 
A polêmica 
Aparentemente, o senhor da vinha parece cometer uma injustiça, pois assalaria igualmente a quem trabalhou menos tempo. Mas, na verdade, ele paga aos que começaram bem cedinho o que ele havia combinado com eles; ele cumpriu o prometido, o contratado. Com relação àqueles que ele contratou depois, ele disse a alguns que daria a eles o que era justo e aos últimos também ele não disse nada do pagamento. Mas no fim do dia ele dá a estes últimos o mesmo que havia pago aos primeiros. E ele responde aos reclamantes que começaram desde cedinho, dizendo “eu som bom, não me é lícito fazer o que eu quero?” 

 Ele deve ter visto algo mais, nestes últimos, a disposição para o trabalho, o não questionamento de quanto iriam ganhar e talvez a qualidade, o comprometimento e a intensidade durante as poucas horas do trabalho. E ele gratificou a eles o que a ele, o senhor da vinha, lhe pareceu justo. E Jesus  complementa a parábola dizendo: 

  Assim, serão últimos os primeiros, e primeiros os últimos, porque são muitos os chamados e poucos os escolhidos.  

Como podemos ver, podem existir muitas explicações para esta parábola e as controvérsias são também incontáveis. O Evangelho segundo o Espiritismo dedica o capítulo XX a esta parábola e são quatro os Espíritos que a explicam:

Constantino, 
Heine, 
Erasto e o 
Espírito de Verdade. 
Uma pergunta então nos assalta: - Se existem assim quatro explicações e inclusive uma do Espírito da Verdade, onde estão as dúvidas, por que a polêmica?  Vamos analisar o que esses Espíritos nos disseram.
 
Constantino, o primeiro Espírito a explicar a parábola, usa a seguinte frase no decorrer de sua argumentação:

 “Bons espíritas, meus bem-amados, sois os trabalhadores da última hora”.  

Esta frase, da maneira como está escrita em algumas traduções do Francês  para o Português, deixa claro que há o artigo definido “os”  antes da frase trabalhadores da última hora, o que poderia sinalizar, à primeira vista, que somente os espíritas seriam esses trabalhadores. Mas em outras traduções para o Português vemos que o artigo definido “os”  antes das palavras obreiros ou trabalhadores não aparece! Significando que os bons espíritas são parte deste grupo de trabalhadores de última hora e não são exclusivos desse grupo. Vejam abaixo as duas outras versões desta frase:
Tradução 2:  Bons espíritas, meus bem-amados, sois todos obreiros da última hora.
Tradução 3: Bons espíritas, meus bem-amados, todos vós sois trabalhadores da última hora.
Se formos ao original Francês da edição oficial da União Espírita Francesa e Francofônica, vemos a seguinte frase:

 “Bons spirites, mes bien-aimés, vous êtes tous des ouvriers de la dernière heure”

 Vejam que o artigo gramatical que está colocado antes da palavra ouvriers (obreiros ou trabalhadores) é o artigo indefinido des, significando que os bons espíritas são parte desse grupo e não são exclusivos desse grupo.
Mas há outro ponto, para mim muito mais importante. É que Constantino inicia a frase com  o adjetivo bons espíritas.  Quem na realidade pode em sã consciência dizer que é um bom espírita? Afinal de contas o que é ser um bom espírita? Neste ponto vemos a beleza, a coerência e a integração das quatro respostas destes Espíritos, que devem ser lidas em conjunto e não separadas umas das outras. 
Erasto também inicia sua explicação com a frase:

 Ó verdadeiros adeptos do Espiritismo!... sois os escolhidos de Deus!  

E a pergunta se repete: somos verdadeiros adeptos do Espiritismo?
Kardec, como pedagogo que era e muito preocupado com um possível mal-entendido ou com interpretações não tão corretas, questionou ao Espírito Erasto quais seriam as características do verdadeiro e bom espírita. E a seguir vemos a sua resposta:

Reconhecê-los-eis pelos princípios da verdadeira caridade que eles ensinarão e praticarão. Reconhecê-los-eis pelo número de aflitos a que levem consolo; reconhecê-los-eis pelo seu amor ao próximo, pela sua abnegação, pelo seu desinteresse pessoal”. 
 
E também, se vamos ao texto d´O Evangelho segundo o Espiritismo, lemos que ali nos é ensinado como reconhecer o verdadeiro espírita; está no cap. XVII, item 4:  
 
Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más. 
Já o Espírito da Verdade nos chama a atenção e nos alerta a respeito de nosso orgulho, egoísmo, comodismo ou sede de poder, que podem atrasar a obra do Pai:
 
Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao chegar, encontre acabada a obra”, porquanto o Senhor lhes dirá: 

“Vinde a mim, vós que sois bons servidores, vós que soubestes impor silêncio aos vossos ciúmes e às vossas discórdias, a fim de que daí não viesse dano para a obra!” 

Mas ai daqueles que, por efeito das suas dissensões, houverem retardado a hora da colheita, pois a tempestade virá e eles serão levados no turbilhão!” 
Como podemos ver, alguns de nós espíritas temos ainda um caminho a percorrer para sermos chamados de bons ou verdadeiros espíritas.
 
A última hora 
O significado de última hora está subentendido nas palavras do Espírito da Verdade acima transcritas. Ali é dito que o Senhor, ao chegar, quer encontrar a obra acabada e complementa dizendo que aqueles que houverem retardado a colheita serão levados pela tempestade no turbilhão. Isto nada mais é do que a nossa participação na transformação do planeta para sua nova fase de Regeneração. A última hora de maneira figurada representa o momento que estamos vivendo agora, o da transição entre a fase de provas e expiações para a fase de regeneração. 
Se nós estamos atrapalhando a regeneração do planeta, mantendo nossos ciúmes e discórdias, lutando por cargos mais do que encargos, deixando para amanhã a nossa reforma íntima, mantendo nossos preconceitos contra qualquer coisa que seja, cor da pele, raça, religião ou inclinação sexual, estamos atrapalhando, danificando a obra, estamos contribuindo para o atraso da colheita e, portanto, poderemos ser levados no turbilhão para a reencarnação em outros planetas e não participaremos da fase de regeneração aqui na Terra. 

Conclusões
 
A primeira conclusão a que chegamos é a de que na denominação de trabalhadores de última hora estão todos aqueles e aquelas que trabalham para o bem, fazendo sempre um pouco mais, já tendo entendido que não basta não fazer o mal, é necessário que se faça o bem. Assim, todas as pessoas, independente de sua religião, ou mesmo sendo agnósticas, que se enquadrem nessas características fazem parte deste agrupamento de trabalhadores de última hora. 
A segunda conclusão é a de que nós os espíritas temos todas as possibilidades de engrossar em muito esse agrupamento, pois sabemos da reencarnação, da vida após a vida e da comunicação com nossos queridos que já partiram antes de nós.  Temos certeza de que a vida continua além do túmulo. Com isto, nossa responsabilidade é muito maior.  Por que então mantemos nossos ciúmes, orgulho, egoísmo e preconceitos?
A terceira conclusão a que chegamos é a de que por última hora  devemos entender o período que vivemos agora, quando Espíritos da nova era estão chegando entre nós, cada vez mais intensamente, dando marcha incontestável à renovação e à regeneração de nosso planeta. 
A quarta conclusão é a de que estamos tendo nossa oportunidade agora... Ou nos reformamos para continuar a reencarnar aqui ajudando a evolução da Terra na consolidação da fase de Regeneração, ou poderemos ser indignos disso e, assim, partiríamos para planetas mais primitivos para ajudar em sua evolução. Estará sendo cumprido o que o Espírito da Verdade disse acima: 

Mas ai daqueles que, por efeito das suas dissensões, houverem retardado a hora da colheita, pois a tempestade virá e eles serão levados no turbilhão!”
A quinta conclusão é a de que tudo depende de nós, se vamos ou não fazer parte da regeneração do nosso planeta, se somos ou não parte deste agrupamento dos trabalhadores da última hora. Afinal, já temos o convite do Senhor da Vinha com suas  instruções e orientações, chegadas há mais de 2.000 anos e constantemente repetidas pelos diversos Espíritos mensageiros. A decisão e a escolha pertencem a nós.



A Parábola dos Trabalhadores na Vinha é uma parábola de Jesus que aparece em apenas em Mateus 20:1-16. Jesus afirma que qualquer "operário" que aceita o convite para o trabalho na vinha, não importa o quão tarde do dia, receberá uma recompensa igual com aqueles que foram fiéis por mais tempo. Wikipédia

Narrativa bíblica

«Pois o reino dos céus é semelhante a um proprietário que saiu de madrugada a assalariar trabalhadores para a sua vinha. Feito com os trabalhadores o ajuste de um denário por dia, mandou-os para a sua vinha. Tendo saído cerca da hora terceira, viu estarem outros na praça desocupados e disse-lhes: Ide também vós para a minha vinha e vos darei o que for justo. Eles foram. Saiu outra vez cerca da hora sexta e da nona, e fez o mesmo. Cerca da undécima, saiu e achou outros que lá estavam e perguntou-lhes: Por que estais aqui todo o dia desocupados. Responderam-lhe: Porque ninguém nos assalariou. Disse-lhes: Ide também vós para a minha vinha. À tarde disse o dono da vinha ao seu administrador: Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, começando pelos últimos e acabando pelos primeiros. Tendo chegado os que tinham sido assalariados cerca da undécima hora, receberam um denário cada um. Vindo os primeiros, pensavam que haviam de receber mais; porém receberam igualmente um denário cada um. Ao receberem-no, murmuravam contra o proprietário, alegando: Estes últimos trabalharam somente uma hora e os igualaste a nós, que suportamos o peso do dia e o calor extremo. Mas o proprietário disse a um deles: Meu amigo, não te faço injustiça; não ajustaste comigo um denário? Toma o que é teu, e vai-te embora; pois quero dar a este último tanto como a ti. Não me é lícito fazer o que me apraz do que é meu? Acaso o teu olho é mau, porque eu sou bom. Assim os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos.» (Mateus 20:1-16)





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