domingo, 28 de agosto de 2016

PERDA DE PESSOAS AMADAS E MORTES PREMATURAS – Sansão – Antigo membro da Sociedade Espírita de Paris - 1863




O Evangelho Segundo o Espiritismo - Bem-Aventurados os Aflitos cap. V

Quando a morte vem ceifar em vossas famílias, levando sem consideração os jovens em lugar dos velhos, dizeis frequentemente “Deus não é justo, pois sacrifica o que está forte e com o futuro pela frente, para conservar os que já viveram longos anos, carregados de decepções: leva os que são úteis, e deixa os que não servem para nada mais; fere um coração de mãe, privando-o da inocente criatura que era toda a sua alegria.”.

Criaturas humanas, é nisto que tendes necessidade de vos levar, pra compreender que o bem está muitas vezes onde pensais ver a cega fatalidade. Por que medir a justiça divina pela medida da vossa? Podeis pensar que o Senhor dos Mundos queira, por um simples capricho, afligir-vos penas cruéis? Nada se faz em uma finalidade inteligente, e tudo o que acontece tem a sua razão de ser. Se perscrutásseis melhor todas as dores que vos atingem, sempre encontrariam nelas a razão divina, razão regeneradora, e vossos miseráveis interesses representariam uma consideração secundária, que relegaríeis ao último plano.

Acreditais no que vos digo; a morte é preferível, mesmo numa encarnação de vinte anos, a esses desregramentos vergonhosos os que desolam as famílias respeitáveis, ferem um coração de mãe, e fazem branquear antes do tempo os cabelos dos pais. A morte prematura é quase sempre um grande benefício, que Deus concede ao que se vai, sendo assim privado das misérias da vida, ou das seduções que poderiam arrastá-lo à perdição. Aquele que morre na flor da idade não é uma vitima da fatalidade, pois Deus julga que não lhe será útil permanecer maior tempo na Terra.

É uma terrível desgraça, dizeis, que uma vida tão cheia de esperanças seja cortada tão cedo! Mas de que esperanças quereis falar? Das esperanças da Terra onde aquele que se foi poderia brilhar, trazer sua carreira e sua fortuna? Sempre essa visão estreita, que não consegue elevar-se acima da matéria! Sabeis qual teria sido a sorte dessa vida tão cheia de esperanças, segundo entendeis? Quem vos diz que ela não poderia estar carregada de amarguras? Considerais como nada as esperanças da vida futura, preferindo as da vida efêmera que arrastais pela Terra? Pendais, então, que mais vale um lugar entre os homens que entre os Espíritos bem-aventurados?

Regozijais-vos em vez de chorar, quando apraz a Deus retirar um de seus filhos deste vale de misérias. Não é egoísmo desejar que ele fique para sofrer convosco? Ah! Essa dor se concebe entre os que não têm fé, e que veem na morte a separação eterna. Mas vós, espíritas, sabeis que a alma vive melhor quando livre de seu invólucro corporal. Mães sabeis que vossos filhos bem-amados estão perto de vós; sim, eles estão bem perto; seus corpos fluídicos vos envolvem, seus pensamentos vos protegem, vossa lembrança os inebria de contentamento; mas também as vossas dores sem razão os afligem, porque revelam uma falta de fé e constituem uma revolta contra a vontade de Deus.

Vós que compreendeis a vida espiritual, escutai as pulsações de vosso coração, chamando esses entes queridos. E se pedirdes, a Deus para abençoá-los, sentirá em vós mesmas a consolação poderosa que faz secarem as lágrimas, e essas aspirações sedutoras, que vos mostram o futuro prometido pelo Soberano Senhor.
Sansão – Antigo membro da Sociedade Espírita de Paris - 1863



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