sexta-feira, 17 de março de 2017

CURSO DE FILOSOFIA ESPÍRITA - LIVRO 3 CAP 15


A MASCULINIDADE E A FEMINILIDADE
O SEXO DOS ESPÍRITOS


BIBLIOGRAFIA
FILOSOFIA ESPÍRITA – TOMO II – Manoel P São Marcos – Ed FEESP
O LIVRO DOS ESPÍRITOS – Allan Kardec – Edit FEB
SEXO E DESTINO - André Luiz / F C Xavier – Edit FEB

REFLEXÃO
A PERFEIÇÃO É MASCULINA OU FEMININA?
A perfeição aglutina todas as virtudes em seu grau máximo. A masculinidade sendo parte das virtudes e a feminilidade seu complemento virtuoso, como eles se aproximarão da perfeição?
Assim, nem o ser com características masculinas ao extremo serão perfeitas, nem o ser com as características femininas extremas.
O ser sendo sempre perfectível mas a caminho da perfeição como se dará esse processo assintótico na busca do todo perfeito?

1ª PARTE: OBJETIVO DESTA AULA
Esta aula tem por objetivo a investigação filosófica sobre a sexualidade, ou melhor, a polaridade de características intrínsecas dos espíritos. O mundo espiritual apesar da não existência da reprodução espiritual poderá apresentar uma polaridade masculino-feminina. É sobre esse assunto que nos debruçaremos nesta aula.

2ª PARTE: INTRODUÇÃO
O capítulo que trata O Ser: Masculinidade e Feminilidade do livro do Prof São Marcos será o balizador desta nossa aula. Até então entendíamos o espírito como sendo um ente assexuado e sem características masculinas ou femininas. Vamos entender que independente do aparelho genital reprodutor existe um psiquismo polarizado com características que identificamos como masculino e feminino.

3ª PARTE: O COADOR E A DEFINIÇÃO DA SEXUALIDADE NO ENTE
Amarramos no fundo de um coador um barbante para um lado e para outro.

Associemos estas figuras ao instante da concepção do sexo do feto no útero materno.
Dependendo do lado do coador temos definido se será homem ou mulher. E todo seu programa de vida da encarnação estará previamente delineado.
Pretende-se com este quadro demonstrar que qualquer pretensa superioridade em termos sexuais se encontra fora de um bom senso.
No momento da concepção o perispírito é atraído por uma força incomparável, às células que se vão formando, nelas imprimindo automaticamente, por força da Lei de causa e efeito, o que é necessário à sua evolução, incluindo, sem dúvida, o sexo e suas funções relevantes.
O corpo produz o corpo, que é herdeiro de muitos caracteres ancestrais da família, que sofre as ocorrências ambientais, mas só o Espírito produz o caráter, as tendências, as qualidades morais, as realizações intelectuais e o programa reencarnatório.
Existe a colaboração do mundo espiritual através das entidades na escolha do elemento de fecundação no que toca o sexo do novo corpo a ser utilizado no reencarne.

4ª PARTE: O PRAZER E A DOR
A satisfação ou insatisfação do ser humano está intimamente ligada com as sensações de prazer e de dor. Estas sensações passam por nosso cérebro, são registradas e levadas ao nosso espírito. Elas porem são temporárias e sua duração se relaciona com essa causa.
A natureza dessas sensações faz com que o espírito busque as que lhe dão satisfação e se afaste ou suprima aquelas desagradáveis.
Os sentidos são os canais das sensações: belas paisagens em tonalidades e intensidade luminosa adequada causam prazer. Sons melodiosos em volumes sonoros bem equilibrados também são prazerosos. Com os outros sentidos igualmente. Uma boa comida, um bom perfume. O tato tem satisfação com superfícies macias e ondulações suaves. Já o contrário nos causa insatisfação chegando ao extremo através da dor.
Os sentidos também são canais que despertam a sensualidade. Ela se faz através da visão, audição, olfato e principalmente o tato. Neste ultimo se destacam regiões do corpo onde elas são mais acentuadas.
A libido (energia sexual de caráter psíquico) impulsiona o indivíduo para a realização criativa e produtiva, quando se expressa com moderação, sendo natural decorrência ancestral do instinto por cuja faixa o ser transitou durante largo período e cujas marcas permanecem dominadoras.
Freud definiu o objetivo do impulso sexual como procura de prazer, em se tratando das experiências primárias do Espírito, no mundo físico. Entretanto é indispensável dilatar a definição para arredá-la do campo erótico em que foi circunscrita. O sexo é a energia criadora do amor que assegura a estabilidade em todo o Universo. A alma em se aperfeiçoando busca sempre prazeres mais nobres.

5ª PARTE: A FINALIDADE REPRODUTIVA
O sexo é lei de atração proveniente da Lei de Reprodução que atua para a formação de todos os seres da Natureza. Dessa lei de atração resultam as energias sexuais, a libido e a energia sexual reprodutora. A libido atua no sistema mental e determina a vontade ou a necessidade psíquica de reprodução sexual.
A energia sexual reprodutora atua diretamente no corpo físico e determina a ação fisiológica da sexualidade, quase sempre sob o impulso da libido. As energias sexuais causam e sofrem asreações dos componentes mentais e fisiológicos do ser humano.
O ser humano possui zonas psíquicas da sexualidade a expressar-se no corpo espiritual, e conseqüentemente no corpo físico. A energia natural do sexo, inerente à própria vida em si, gera cargas magnéticas em todos os seres, pela função criadora de que se reveste,cargas que se caracterizam com potenciais nítidos de atração no sistema psíquico de cada um e que, em se acumulando, invadem todos os campos sensíveis da alma, como que a lhe obliterar os mecanismos outros de ação, qual se estivéssemos diante de usina reclamando controle adequado.
A natureza encontra como incentivo à reprodução o prazer despertado na união intimados seres. Se essa união não fosse prazerosa, traria como conseqüência imediata o desestimulo a reprodução. A perpetuação da espécie estaria comprometida com a indiferença sexual.
Pretende-se com essa lembrança, mostrar o saber da Providencia ao vincular o prazer com o ato reprodutivo.

6ª PARTE: O DESPERTAR ALTRUÍSTICO
No mundo hominal o prazer da união intima reserva outras funções alem da reprodutiva.
Primeiramente o prazer em si. Este, entretanto, é efêmero e tem curta duração. Depois da maternidade, a sexualidade é outro fator de altruísmo.
O que se pretende dizer com isso é que ações de caráter interativo entre os seres são despertadas por esses processos psíquicos. Para que essa vida de relação seja sadia é importante a inibição dos processos egoísticos e de orgulho.
Existe muita ignorância acerca da missão divina do sexo, a paternidade e a maternidade terrestres são sagradas. A faculdade criadora é também divindade do homem. O útero materno é a porta bendita para a redenção dos seres, o que não será possível sem o concurso das forças criadoras associadas, do homem e da mulher.
As leis naturais são sábias no sentido de proporcionarem ao homem a vida de relação.
As formas físicas descendem das uniões físicas. As construções espirituais procedem das uniões espirituais. A obra do Universo é filha de Deus.
O sexo, portanto, como qualidade positiva ou passiva dos princípios e dos seres, é manifestação cósmica em todos os círculos evolutivos, até que venhamos a atingir o campo da Harmonia Perfeita, onde essas qualidades se equilibram no seio da Divindade.

7ª PARTE: AMOR E SEXO
O sexo é o que denominamos até agora o prazer da união íntima.
Esta função traz outros sentimentos e o amor é um deles. O amor aqui tratado tem um sentido mais sublime. É o que se chama doação. O sexo na existência humana pode ser um dos instrumentos do amor, sem que o amor seja sexo.
Novamente o sexo ou a busca do prazer pelo contato íntimo despertando um sentimento de forte cunho altruístico.
É claro que num estágio inicial existe a prevalência do desejo sexual somente. Em estágios posteriores o amor vai prevalecendo em relação ao sexo.
O momento atual pelo qual passa nosso planeta é preocupante, pois os valores morais sofrem constantes ataques da cultura materialista que defende o amor livre trazendo assim idéias falsas que fazem nossos jovens confundirem desejo sexual, com amor.
É necessário orientarmos nossos filhos de que sexo exige responsabilidade. Esclarecê-los sobre as leis divinas de causa e efeito, estimular-lhes a pureza de intenções, dizer-lhes que atração sexual sem amor sincero é paixão passageira; iluminar-lhes o cérebro e o coração com as luzes do Evangelho de Jesus que preceitua que, quando prejudicamos alguém estamos realmente ferindo nossa própria consciência.
A educação, portanto, é a chave da renovação sexual, pois o caminho seguro da conduta sexual correta está na renovação dos valores morais através da nossa educação, visando como nos ensina Emmanuel: não proibição, mas educação; não abstinência imposta, mas emprego digno; não indisciplina, mas controle; não impulso livre, mas responsabilidade.

8ª PARTE: O SEXO DOS ESPIRITOS (LE QT 200)
Os Espíritos têm sexos? Pergunta Kardec aos espíritos Superiores Não como entendeis, pois os sexos dependem dos organismos.
Ao admitirmos que os espíritos sejam creados um a um pela própria divindade e tendo sua duração infinita, descartamos o processo reprodutivo.
Logo mais a frente em outra questão Kardec pergunta: O Espírito que animou o corpo de um homem pode, em uma nova existência, animar o de uma mulher e vice-versa? Sim, são os mesmos Espíritos que animam os homens e as mulheres.
Em conseqüência disto é que os espíritos apresentam características mais ou menos masculinas ou femininas.
Kardec finaliza as questões dizendo: “Como devem progredir em tudo, cada sexo, assim como cada posição social, lhes oferece provas, deveres especiais e a ocasião de adquirir experiência. Aquele que encarnasse sempre como homem apenas saberia o que sabem os homens”.

9ª PARTE: A MASCULINIDADE E A FEMINILIDADE DO SER
Em Evolução Em Dois Mundos (pág. 141), temos: “... a alma guarda a sua individualidade sexual intrínseca, a definir-se na feminilidade ou na masculinidade, conforme os característicos acentuadamente passivos ou claramente ativos que lhe sejam próprios”.
Refletindo nos termos passivo e ativo citado, melhor seria colocá-los na forma dual das atitudes. Citando alguns exemplos como características de masculinidade, temos: coragem, ímpeto, liderança, atividade. E como exemplo de feminilidade: doçura, paciência, tenacidade, passividade.
Estas características são complementares como as duas metades de um encaixe perfeito.
Os desenvolvimentos desta característica não se fazem por igual e então se destacam aquelas de maior representatividade masculina ou feminina. Esse processo, porém, é evolutivo.
As questões 819 e 822 do Livro dos Espíritos são bastante esclarecedoras neste aspecto:
Com que objetivo a mulher é mais fraca fisicamente do que o homem?
Para assinalar suas funções diferenciadas e particulares. Ao homem cabem os trabalhos rudes, por ser mais forte; à mulher, os trabalhos mais leves, e ambos devem se ajudar mutuamente nas provas da vida.
Assim, uma legislação, para ser perfeitamente justa, deve consagrar a igualdade dos direitos entre o homem e a mulher?
De direitos, sim; de funções, não. É preciso que cada um esteja no seu devido lugar; que o homem se ocupe do exterior e a mulher do interior, cada um de acordo com sua aptidão. A lei humana, para ser justa, deve consagrar a igualdade dos direitos entre o homem e a mulher;
todo privilégio concedido a um ou a outro é contrário à justiça. A emancipação da mulher segue o progresso da civilização, sua subjugação marcha com a barbárie.

10ª PARTE: A FINALIDADE EVOLUTIVA
Entendemos que os seres possuem as características citadas anteriormente em
doses diferenciadas e a perfeição as exige em seu grau máximo.
Numa determinada etapa da nossa escalada temos essas características em doses tais que
acentuam mais o caráter feminino ou masculino do ser.
As experiências vão se realizando de maneira a desenvolver o potencial de cada uma daquelas
características.
Portanto, à medida que esse desenvolvimento se processa as diferenças vão se atenuando.
Esta é a dialética do espírito no campo da sexualidade que propicia experiências
complementares até alcançar a síntese final na condição de angelitude mencionada por Jesus
no Evangelho de Lucas capítulo 20 versículo 35 e 36:
“Mas os que são julgados dignos de alcançar o mundo vindouro, e a ressurreição dentre os mortos, nem se casam nem se dão em casamento; porque já não podem mais morrer; pois são
iguais aos anjos, e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição”.
11ª PARTE: CONCLUSÃO
Não devemos esquecer que o amor sexual deve ser entendido como o impulso da vida que conduz o homem às grandes realizações do amor divino, através da progressividade de sua espiritualização no devotamento e no sacrifício.
Ao invés da educação sexual pela satisfação dos instintos, é imprescindível que os homens eduquem sua alma para a compreensão sagrada do sexo.
Os desregramentos sexuais têm sido a principal causa das ruínas morais, sociais e econômicas através dos tempos e da história. A condição sexual de cada um reflete a condição afetiva e moral na qual se encontra momentaneamente.
Quando o homem compreender e bem dirigir suas potencialidades sexuais, não haverá mais fome, enfermidades incuráveis, miséria, ganância, autoritarismo, incredulidade e indiferença diante das leis da Natureza estabelecidas por Deus.
Alan Krambeck

12ª PARTE – MÁXIMA / LEITURAS E PREPARAÇÃO PARA PRÓXIMA AULA
Próxima aula:
Livro 3 – Cap. 16 - Materialismo X Espiritualismo
Leitura:
O LIVRO DOS ESPÍRITOS – Allan Kardec - FEB – Questão 147
DICIONÁRIO DE FILOSOFIA – Nicola Abbagnano – Edit. Martins Fontes
Espiritualidade - Um Caminho de Transformação - Leonardo Boff – Ed Sextante

Extraído http://ifevale.org.br

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